Nesse dia 15 de outubro o MPB completou 21 anos de uma árdua, porém proveitosa (senão dizer virtuosa) luta por um ideário tipo por vezes utópico, próprio das grandes democracias e regimes responsáveis perante seu povo.
Sempre atacado de todos os lados, por aqueles que insistem à exaustão em apontar seus defeitos, como forma de esconder as próprias deficiências do regime que defendem, o parlamentarismo nada mais é do que a síntese máxima da democracia e da vontade soberana do povo, que não se encerra nas urnas, mas se perpetua diuturnamente, de geração em geração.
Enquanto outros insistem em apontar a elevada rotatividade do regime de gabinete, como um sinal de fraqueza, nós do MOVIMENTO PARLAMENTARISTA BRASILEIRO sempre acreditamos ser esse seu maior trunfo: a certeza de que os representantes políticos não se locupletarão do poder emanado do povo para seus próprios propósitos, sob pena de remoção compulsória.
Um governo obrigado a prestar constas aos representantes do povo, e a ele se sujeitar, para garantir sua continuidade, não é um governo que se vende ou barganha por sobrevivência política - isso é próprio do presidencialismo de coalizão, que tantos malefícios trouxe à nossa jovem e ainda imatura democracia; um governo que se sujeita ao parlamento é um governo que se sujeita ao seu próprio povo - que presta contas de suas ações com responsabilidade e que não se arrisca em manobras temerárias.
Muitos incautos insistem em criticar tal regime, não totalmente desprovidos de razão em tais argumentos (infelizmente!), apontando todos os defeitos existentes no Poder Legislativo pátrio e na composição de suas Casas - um mosaico de siglas, quase todas desprovidas de cunho ideológico, encabeçados por figuras sem fidelidade (algumas delas com extensas fichas criminais, diga-se de passagem).
Tal constatação pode ser verdadeira, assim como outra ainda mais dolorosa - porém igualmente verdadeira: o parlamento é a imagem de seu povo!
Se o povo sente ojeriza por seus representantes, se estes não atendem aos seus interesses, cabe ao povo usar a única arma que possui - sua voz!
A única maneira eficaz e genuína de se combater a corrupção política (ainda mais quando esta se entranha nas esferas judiciais, que perdem sua sagrada imparcialidade sob a pretensa alegação de defesa de garantias que apenas garantem a perpetuação de um sistema cruel em sua essência) é através do exercício do direito sagrado e inalienável do voto.
Compreendendo isso, o MOVIMENTO PARLAMENTARISTA BRASILEIRO sempre militou a favor, na esteira de sua luta pela adoção do sistema parlamentar, do voto distrital - um modelo eleitoral transparente e genuinamente democrático, onde o eleitor conhece seu representante, sabe a quem de fato foi dirigido seu voto, ao contrário do atual modelo que apenas interessa às elites oligárquicas reinantes.
Prova de tal constatação é o fato de que apenas 27 deputados federais atingiram o quociente eleitoral - de um total de 513 parlamentares, que foram alçados à sagrada missão de representar os interesses do povo sem sequer terem sido efetivamente eleitos para tal missão.
Por conta disso, o MPB sempre defendeu a tese de que a mudança, pura e simples, de um sistema de governo direto (porém pouco democrático, por seu viés autoritário e personalista) por um regime indireto (porém efetivamente democrático, pela responsabilização de seus ocupantes diante do parlamento) sem a devida reforma eleitoral, que garantiria a lisura e transparência dos pleitos, apenas alimentaria os críticos de tal proposta, norteados por desconhecimento ou má-fé.
Mas a mera mudança do regime político-eleitoral, sem que se conceda efetivamente aos eleitores a liberdade para exercê-lo ou se recusar a exercê-lo, conforme sua própria consciência, de nada vale efetivamente. Por isso, o MPB compreendeu desde sempre que além da adoção de um regime parlamentarista e da adoção do sistema distrital, a democracia brasileira necessita do voto facultativo.
21 anos de lutas se completam, e mais se estenderão no horizonte, pois mesmo que tais ideais utópicos venham um dia se tornar realidade, a luta pela consolidação da democracia não se findará - pelo contrário, imporá pesado fardo a esta entidade para militar perante os representantes a manutenção da lisura do regime que lutou para implantar.
E tal luta, igualmente pesada, será tão proveitosa quanto esta que estamos todos engajados, pois sabemos que pouco mais de duas décadas de trabalhos incansáveis serão recompensados, quando finalmente colhermos os frutos de nosso empenho e dedicação - e que nossa luta não terá sido em vão.
21 anos de luta pelo parlamentarismo, pelo sistema distrital e pelo voto facultativo se completam nesse 15 de outubro - em que o MOVIMENTO PARLAMENTARISTA BRASILEIRO vem congregando em suas fileiras cidadãos conscientes de todas as partes do Brasil para se unir à sua causa maior:
A construção de um genuíno governo do povo, pelo povo e para o povo desta grandiosa Nação!
PARABÉNS AO MPB, POR SEUS 21 ANOS DE LUTA DEMOCRÁTICA!