Em recente reunião do Conselho Deliberativo e a Diretoria do MPB sob a presidência do Dr. Vinicius Boeira, avaliaram a repercussão das recentes manifestações do Presidente Michel Temer, defendendo o parlamentarismo na pauta da Reforma Política para 2018.
A sociedade está acompanhando com certo ceticismo, nessa atual conjuntura política, os acontecimentos dos grandes debates das reformas trabalhistas, previdenciária e tributária, promovida pelo governo Temer, pela fórmula " toma lá dá cá " para manter uma base de apoio volátil, com objetivo em aprovar as medidas reformistas, diante do enfrentamento de uma oposição doutrinária, com pensamento em manter o "status quo " para as eleições 2018.
O Presidente Temer deve estar vivenciando o desgaste político e o esgotamento com crise, típico do sistema de governo presidencialista de coalização.
O MPB, nos seus 18 anos de existência, vem defendendo para o bem do Brasil, a substituição desse modelo falido com a adoção do parlamentarismo, em apoio a PEC-20A. Essa tramitou na Câmara Federal desde 1995, com aprovação na época pela Comissão Especial, com o voto favorável do relator Dep. Bonifácio de Andrade, recomendando sua aprovação.
Cabe ao Presidente Michel Temer, na condição de mandatário da Nação, levar adiante tal debate político, não somente na esfera parlamentar como também dialogar com a sociedade civil organizada, das vantagens do parlamentarismo.
Recentemente, numa pesquisa de opinião pública patrocinada pelo site spotniks, referindo-se à pergunta : " Na sua opinião, qual o melhor sistema de governo?". Responderam 18,4% a favor da monarquia parlamentarista e 32,5% responderam a favor da república parlamentarista enquanto que 28,9% votaram a favor da república presidencialista.
Esse resultado demonstrou que a sociedade brasileira adquiriu conhecimentos, e que a melhor forma de praticar a política pública é inserir-se no jogo do poder, e a adoção do sistema de governo parlamentar, praticado em mais de 2/3 das nações do mundo é indiscutivelmente a forma mais inteligente !
Estamos convictos que a volta do parlamentarismo como sistema de governo, já existente no reinado de D.Pedro II, resgatará para a história, a condução de políticas públicas em benefício do povo brasileiro!
Para atingir tais objetivos, nós do MPB precisamos ficar atentos nesta futura reforma política, para que a classe política vigente, não desvirtue à doutrina parlamentarista, alicerçada nos seguintes dogmas :
a) Separação das atribuições do Chefe de Estado das funções do Chefe de Governo;
b) Será governo quem obtiver maioria partidária ou da coligação partidária;
c) A escolha do Chefe de Governo sairá da maioria partidária eleita ou da coligação no exercício do poder no Parlamento;
d) A escolha do Chefe de Governo indicada pelo Parlamento, será referendado pelo Chefe de Estado, nomeando-o para o cargo;
e) O Chefe de Governo ou gabinete cairá quando ocorrer por parte do Parlamento, voto de desconfiança;
f) O Chefe de Estado tem atribuições de dissolver o Parlamento, marcando novas eleições parlamentares, quando ocorrerem situações de não aprovação por três vezes consecutivas do plano de governo;
g) Liberdade de organização partidária, com adoção do voto distrital misto ou puro, essenciais para o aprimoramento da qualidade de representação no Parlamento.
Tais premissas, são fundamentais para o bom desempenho de nossa democracia representativa, onde o eixo principal do poder está nas mãos da soberania popular, na hora da escolha de seus representantes.
A adoção do parlamentarismo como sistema de governo, não deve ser visto como uma panaceia para resolver uma crise política-institucional no curto prazo, mas é uma forma de governar com equilíbrio, apoiado num programa de governo, respaldado no resultado das urnas, na busca da governabilidade com responsabilidade política para o bem comum da sociedade!