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28472/italia atual presidente candidata-
se para segundo mandato em parlamento dividido.shtml
O presidente da República da Itália, Giorgio Napolitano, aceitou neste sábado (20/
04) o pedido feito pelos partidos políticos do país para que apresente sua candidatura
à reeleição, após cinco votações desde quinta-feira (10/04) sem que fosse escolhido
um sucessor, e recebeu na sexta votação a maioria dos votos no Parlamento (738 de
1007),??
"Consciente das razões que me foram apresentadas, e em respeito as personalidades
que até agora se submeteram ao voto para as eleições do novo chefe de Estado,
considero que tenho o dever de oferecer a disponibilidade que me foi pedida",
escreveu Napolitano.??
O chefe de Estado, que completará 88 anos em junho, deve conseguir a maioria
absoluta de votos na sexta votação, em andamento hoje, e assim, ser reeleito para um
mandato de sete anos.? Seu mandato terminaria no dia 15 de maio e desde as eleições
gerais inconclusivas de fevereiro, o país é governado por Mario Monti, presidente
interino.
Na quinta votação, na manhã deste sábado, Napolitano obteve apenas 20 votos. Se
reeleito na sexta votação, será o primeiro presidente italiano a servir dois mandatos. A
divisão política no Parlamento ficou clara: com os 445 representantes do PD (Partido
Democrático), em guerra aberta contra o presidente do partido, Pier-Luigi Bersani,
votaram em branco.
Em uma nota, Napolitano explicou que "todos os interlocutores expressaram a
convicção de que, diante da grave situação que se criou durante as eleições para o
novo chefe de Estado, é urgente que o Parlamento dê exemplo de unidade e coesão
nacional".
O presidente já tinha manifestado sua vontade de não concorrer ao cargo, entre outras
coisas pela sua idade avançada. "Me move neste momento o sentimento de não poder
fugir desta responsabilidade", afirmou.??
Napolitano recebeu o presidente do PD e líder da coligação de centro-esquerda que
venceu as legislativas de fevereiro, e também o ex primeiro-ministro, Silvio Berlusconi,
do segundo maior partido Povo da Liberdade, que procuraram convencê-lo a manter-
se como chefe de Estado para desbloquear o impasse no parlamento.
Os dois primeiros nomes sujeitos a votação, Franco Marini, escolhido por Bersani
a partir do acordo com Berlusconi, e Romano Prodi, indicado por Bersani sem o
acordo de Berlusconi, ficaram longe dos votos necessários nesta sexta-feira (11/04),
equivalente a dois terços dos 1007 votos até à quarta votação e depois disso uma
maioria simples de 504 votos.
Líder do Partido Democrata, Pier Luigi Bersani, não conseguiu eleger os dois nomes
que o partido havia proposto
A derrota política de Bersani com a rejeição de Marini e Prodi foi seguida de uma
imediata declaração na qual anunciou a demissão da presidência do PD após a eleição
do presidente.
Stefano Rodotà, o nome apresentado pelo M5S (Movimento 5 Estrelas) do humorista
Beppe Grilo, reuniu 210 votos, menos três do que havi alcançado na última votação
de sexta-feira, o que parece indicar que o Esquerda Ecologia e Liberdade, que integra
a coligação de centro-esquerda que venceu as legislativas, mantém o seu apoio ao
académico e ex-deputado do Partido Comunista.
A escolha de Napolitano, aliás, aconteceu com cenas de ovações por parte de todos os
partidos, com exceção do M5S. Os parlamentares desse partido continuaram durante
todas as votações a apoiar Rodotà, que na sexta apuração alcançou 217 votos. Perante
o Palácio de Montecitorio, sede da câmara dos Deputados, onde foram realizadas as
votações, milhares de pessoas se concentraram para protestar contra a reeleição de
Napolitano e se tratavam, sobretudo, de eleitores do M5S que durante estes dias se
concentraram no lugar para pedir a eleição de Rodotá.
* Com informações de Efe, Público, BBC